Alguém se inspirou no meu post anterior... Quem foi que se acuse! ;-)
Excelentíssimo Senhor (engenheiro) José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, Primeiro Ministro de Portugal,
Venho pela presente recomendar a V. Ex.ª - e não obstante as suas altas qualificações de inglês técnico obtido em modo free (port) - que recorra aos bons exemplos deixados em bom Português por esta nossa gERAÇÃO, da próxima vez que se lhe vislumbrar vir com ladainhas tipo choradinhos "Ah e tal, não fui eu, mas tenho um tio" e não sei quê...
É assim, não custa nada, põe uma saia aos folhos bem colorida , mais um peruca, e um batom a condizer, leva uma banda sonora atrás, ou nem que seja um CD para Playback, e faz-nos o mesmo discurso, mas cantado. É mais melódico, tá ver?
Vaí ver que para além de mais eficaz, a malta , as audiências de televisão, e a causa gay, agradecem.
Aprenda que a gente não dura sempre. Olhe como se faz:
O caro amigo PortoMaravilha, docente do ensino francês, teve a amabilidade de me enviar um texto no qual reflete sobre um relatório da OCDE relativo a politicas educativas pouco (ou nada) conhecido por cá apesar da sua antiguidade, e sobre o qual inclusive se deu ao trabalho de traduzir um trecho. Mais abaixo são fornecidos os links da versão francesa bem como da inglesa em pdf do dito relatório da OCDE, o qual só mesmo lendo para crer...
Cabe-me pois mais uma vez mostrar-me grato por tal partilha de reflexões com que o PortoMaravilha faz o obséquio de brindar o bLOGUE gERAÇÂO, bem como , claro, convidar-vos a sua leitura, estimulando-vos igualmente à vossa reflexão.
E depois digam-me lá - sendo alguns dos exemplos e vivência do PortoMaravilha alusivos à realidade francesa - que outro tema dariam vocês a este post? É que eu ainda pensei, pensei, mas não me ocorreu mais nenhum...
Tem a palavra, PortoMaravilha.
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A OCDE programou a liquidição do ensino público em 1996 !
Em todos os países europeus o Serviço Público de Educação é alvo de restrições orçamentais desde, pelo menos, uma quinzena de anos . Tais restrições tocam todos os postos de trabalho da instituição escolar pública ( cozinheiros, mestres de obras, bibliotecários, professores...).
A estas restrições acrescentam-se aspectos que se encadeiam numa lógica desconcertante.
Vejamos, esquematicamente :
1.O Saber não interessa !
Os alunos passam de ano sem terem o mínimo de conhecimentos necessários. Os diplomas são atribuidos não em função dum real saber, mas em função de percentagens de vagas decididas por um “obscuro” cume hierarquico. O respeito destas percentagens serve para justificar o bom funcionamento da instituição.
2. As Condições de Trabalho não interessam !
O ritmo fisiológico dos alunos não é respeitado. Ignora-se o funcionamento psicológico dos estudantes. O escalonamento das férias com zonas escolares diferentes ( caso da França ) obedece aos interesses da indústria turística e das suas componentes.
O silêncio não existe. Estuda-se no alarido dos gritos do recreio, do corredor e, por vezes, da própria aula.
3. A Regra não interessa !
Os professores já não têm qualquer autoridade. Misturam-se alunos aplicados com delinquentes. Chama-se, recorrendo a eufemismos que adormecem a opinião, “incivilidade” às agressões diárias, esquecendo que estas revelam da deliquência. Os conselhos de disciplina vão desaparecendo. A violência instala-se. E quando um professor é vítima duma tentativa de assassinato ( França, Outubro 2008 ), a sua hierarquia nega qualquer responsabilidade.
4. O Professor não interessa !
A administração dá o exemplo. Viola as regras, recusando qualquer protecção estatutária daquele que é atacado no exercício das suas funções. Podem ,assim, circular vídeos na net, com toda a impunidade, que mostram uma professora no chão a ser pontapeada por dois ou três dos seus alunos . E, quando os professores se opõem a estas derivas, a administração tudo faz para calá-los. É que se são espancados é porque não recorrem à pedagogia adequada.
5. A estratégia da OCDE interessa !
Podemos ser ingénuos, mas sabemos ler. O relatório da ocde de 1996 intitulado “La faisabilité politique de l’ajustement” é esclarecedor.
Como se sabe a palavra “ajustement” ( ajustamento, disposição) é uma espécie de dogma para todos os governos e entidades patronais. Esta palavra é um eufemismo que só os iniciados podem compreender. Ajustamento significa destruição. E, por sua vez, “fazebilidade política” (“faisibilité politique”) significa prevenção de revoltas susceptíveis de verem o dia por causa dessa destruição.
O extracto da página 30 do relatório referido é eloquente. O relatório pode ser consultado na internet, em pdf, quer em versão Francesa quer em versão Inglesa: “ocde, cahier de politique économique nº 13, 1996 “
Passo a traduzir. Se nem sempre traduzir é fácil, penso que a tradução está fiel.
“... Se se diminui as despesas de funcionamento há que velar por não diminuir a quantidade de serviço, sob pena de que a qualidade baixe. Pode-se reduzir, por exemplo, os créditos para o funcionamento das escolas ou das universidades, mas seria perigoso de restringir o número de alunos ou de estudantes. As famílias reagirão violentamente a uma recusa de inscrição dos seus filhos, mas não a uma baixa gradual da qualidade do ensino e a escola pode, progressiva e pontualmente, obter uma contribuição das famílias ou suprimir tal actividade. Isto faz-se, passo a passo, numa escola , mas não na escola vizinha, de maneira a evitar um descontentamento geral da população. “
E , evidentemente, os responsáveis da ocde afirmam que o artigo é da responsabilidade do redactor, Christian Morrisson ( conselheiro da ocde ), e não da instuição-ocde.
Que futuro para amanhã ?
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E Viva o Porto !
Observação : Tomei conhecimento deste relatório da ocde, graças ao texto de Paul Villach , publicado no nº 584 da publicação “Respublica”.
Procurando destacar o ano de 2008 em sete dias, com um tema/momento do ano por dia, vamos lá hoje fazer alusão a "tag" politiquices. Foram muitos os caracteres gastos à conta dessa etiqueta de arquivo aqui no gERAÇÃO, e apesar de ser a politiquice nacional quem mais ordena, tenho de ressalvar este como o grande acontecimento 2008 de política, neste caso mundial.
«Governo Abre candidaturas para apoio a funcionários públicos.»
Mas a funcionários públicos porque? Ou melhor, é na classe trabalhadora dos funcionários públicos que reina a maior precariedade e carência?
Já ví maneiras mais subtis de o governo me recordar que sou um cidadão, trabalhador e contribuinte de segunda categoria. É que há certos tiques herdados dos tempos do estado novo, que teimam em se manter na nossa sociedade. "Chato" para alguns, é que seja um governo de esquerda a lembrar-nos tantas vezes estas "Salazarices".
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