Domingo, 21 de Setembro de 2008

ó gENTE dA mINHA tERRA.

O Ano passado tive opurtunidade de visitar a cidade universitária de Cambridge, em Inglaterra.

Permaneci por lá alguns dias com um casal amigo, cujo marido, rapaz empreendedor e na força da Juventude, após as típicas desilusões Lusas, tinha optado por se instalar em terras de Sua Majestade e iniciar um negócio que prospera  por esta altura numa outra cidade Europeia.

Em conversas à mesa, foi inevitavel acabar-mos a comparar o nosso País de origem com Inglaterra, as culturas, atitudes, oportunidades e as suas gentes. Ele argumentava-me que por lá, também eu teria boas oportunidades se quise-se desenvolver o ofício que pratico, que em Portugal trabalhar é para aquecer, e coisas do gênero, ao que eu respondia que me sentia  no dever e obrigação de me esforçar e contribuir para o desenvolvimento do meu País, e pelo que a ter que contribuir para a riqueza de alguém, preferia faze-lo pela minha terra.

Mas ele estava  irredutivel , extremamente  decepcionado  com  Portugal , e não 

Estudante universitário, Cambridge

queria ouvir  falar nos próximos tempos sobre o jardim a beira mar plantado.Eu compreendia-o, e por aqueles dias tentei conhecer um pouco mais da cídade e da mentalidade dos Ingleses. Sinceramente pouco me dislumbra o estilo Inglês, onde impera algum bom humor, mas sobretudo,  o cinismo, arrogância quanto baste  - daí renderem-se ao estilo do «Zé» Mourinho - e algum desleixo, bem que chegue... Enfim, um País de Rainhas e habituado a "Reinar".

Voltei um Português ainda mais convicto, e pensei quando aterrei, o quanto amo as minhas gentes, as minhas terras, o meu País. O quão bom é poder beber um BOM café por cinquenta cêntimos, andar de comboio ou táxi por tuta e meia, ter sol de verão ou inverno, ou mesmo em dias maus, haver pelo menos um FC Porto que não desilude e orgulha pelo mundo fora.

Volta e meia, quando reflito no estado do meu Portugal, o quanto piorou neste último ano, a atitude de quem nos norteia e com que interesses, recordo-me das conversas à mesa lá em Inglaterra com o meu amigo.

Vejo o meu Povo cada vez mais de ombros encolhidos, a arrastar os pés pelas calçadas gastas, a rabiscar o fundo dos bolsos cada vez com mais dificuldade a procura dos cinquenta cêntimos para o café. Meio Portugal que trabalha para sustentar  o outro meio, uma praga de parasitas e subsidió-dependentes. O xico-espertismo em alta, e a juventude competente a partir.

E é este o triste fado de mais um jovem da Geração «à rasca», por enquanto ainda iludido de que vale a pena  esforçar-se ao lado das suas gentes. Que um dia, revia-se entre os seus que voltavam o fundo das costas ao ministro, mas não consegue voltar costas ao seu País.  A pergunta que se impõe é, até quando dura a idade da inocência?

 

E por que hoje estou mesmo assim, lamechas, mas sempre orgulhoso das origens que tenho, deixo-vos com este link.

::::

Paulo Jerónimo às 00:01
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7 comentários:
De pensamentovadio a 21 de Setembro de 2008 às 14:12
Tu pertences à "geração rasca" mas tiveste muito bem ao denominar a geração de agora ( a minha) como a geração à rasca! É verdade, n sei se podemos acreditar num grande futuro cá em Portugal mas acho que vale a pena tentar um futuro seja ele grande ou pequeno.
Somos a geração à rasca porque tal como dizes vivemos num pais dominado pelos subsidiodependentes e o dinheiro é encaminhado para os parasitas e não para aqueles que querem fazer da sua vida e deste país uma coisa credivel e justa!


De Paulo Jerónimo a 21 de Setembro de 2008 às 19:40
P. Vadio,
não sei ao certo qual é a tua geração ou faixa etária, mas quando se faz o trocadilho refente da gERA rasca hoje ser a gERA à rasca (trocadilho que não é meu) tem que ver o facto da geração que cresceu em 80 / 90 ter sido denominada como "rasca" pelas atitudes de rebelião enquanto jovens estudantes.
A mesma geração, com as politicas do país que temos tido, levaram a que hoje enquanto adultos trabalhadores, sejam uma geração verdadeiramente à rasca, devido a precariedade . Mais recentemente geração rasca também é conhecida pela geração "recibo verde".

Porta-te!


De pensamentovadio a 21 de Setembro de 2008 às 20:51
Obrigadinha pela explicação! mas permite-me que mesmo após essa reformule um pouco a minha geração é sem dúvida a geraçao de estudantes certinhos que se torna na geração de jovens adultos à rasca e que espero adultos a viver à grande!


De Cláudia Oliveira a 21 de Setembro de 2008 às 21:41
Aqui sobrevivemos, e esquecemos de viver. Temos de contar trocos.


De Paulo Jerónimo a 22 de Setembro de 2008 às 00:21
Por falar nisso, vai tomando nota da conta, porque cada comentário nesta casa valem no mínimo 0,05€. ;-)


De Cris a 22 de Setembro de 2008 às 09:29
Estávamos down ontem, não???
Mas como te entendo, orgulhosa em ser Portuguesa, hoje não tenho tanta certeza que não partiria para um outro país qualquer com melhores condições. Se temos pouco, nunca chegamos a ter muito, porque esse pouco não o permite. Quando tentamos ter um pouco mais, somos penalizados em tudo. Contamos os trocos até ao final do mês. Inacreditável, desta forma não prevejo um futuro próximo muito risonho, antes pelo contrário.


De Paulo Jerónimo a 22 de Setembro de 2008 às 11:25
Já somos dois(como muitos outros milhões)...

Boa semana!


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