Onde é que estavas no 25 de Abril? Esta é uma pergunta que não raras vezes me soa "frustrante". É que nem pelo 25 de Abril, e muito menos no Maio de 68. Esses foram acontecimentos que hoje recebemos como certos e intensos, mas que não vivi.
Pudera, andaria "pelas costa de Africa" a espera do ano de 1975 para conhecer a luz do dia. No entanto, se há assuntos que me agradam de ler e conhecer, que me suscitam o interesse, são momentos e discrições históricas como essas que marcaram épocas e consequentemente, os dias da actualidade, ou seja, também o meu quotidiano, a forma como vivênciamos o nosso dia a dia.
Este post vem a proposito de alguns textos que um amigo de outras campanhas (leia-se clubisticas) o PortoMaravilha me tem deixado por aqui na caixa de comentários, e que me despertaram bastante interesse. Tudo porque este companheiro que em 1972, com 14 anos, foi parar a França, faz parte há mais de 25 anos do corpo docente do Ministério Francês da Educação, e acompanha estudantes que pretendem aceder à prestigiada "Ecole des Hautes Etudes de Sciences Politiques", como tal e pelo conhecimento que tem, sucede que deu-me a conhecer um movimento politico que desconhecia.
E desperta-me o interesse, porque, diz-me ele, que encontrou «semelhanças de atitude» entre aquele movimento, os Situacionistas, e a posição tomada pela denominada de Geração Rasca. Não consegui na altura entender a comparação, hoje comprendo onde aquele raciocínio queria chegar.
Têm sido argumentos e opiniões, as do PortoMaravilha, pertinentes de mais para se ficarem apenas pela caixa de comentários, pelo que hoje partilho convosco alguns trechos de seus textos, que me têm suscitado alguma reflexão.
[Para contextualizar, aplico texto entre parenteses recto que é meu, e as imagens]
" Os Situacionistas não são mais ( esquematizando) que a continuação do Surrealismo. [descrição de surrealismo pela wikipédia]
Tiveram importância no pensamento de maio 68 ( não como revendicação) mas como um olhar sobre a "mixité" (homem-mulher) e, também, na visão da "sociedade espectáculo". Penso que alguns dos seus textos continuam bem válidos. Sobretudo no que diz respeito ao uso da câmera / a sociedade espectáculo.
[...]
Eis pois a definição que a Wikipédia, coisa para turista consultar, nunca dará a propósito dos Situacionistas :
Para uma melhor despoluição , o jornal de Setembro de 1969 ( Directeur : Debord / Rédaction : B.P. 307-03 Paris ) da Internacional Situacionista publica em letras gordas a definição dada pelo dicionário Larousse.
Passo a traduzir : Situacionista : adj . e nome. Diz-se de um grupo de estudantes que preconizam uma acção eficaz contra a situação social que favorece a geração no poder.
A internacional Situacionista criticará esta definição sem grande convição teórica. Mas não deixa de ser verdade que neste número de Setembro de 69, o último aliás, a definição, citada acima , aperece em letras gordas.
[A "geração rasca" de estudantes em 68, Paris]
Se artisticamente o situationisme é uma espécie de continuação do surrealismo ( que contrariarmente ao que se dá a pensar também foi um movimento político), no que diz respeito ao modo de vida o situationisme abre para a psicanálise e para a sexualidade. E é aí que me parece existir do modo mais profundo uma relação com a geração rasca.
[...]
Uma das componentes de Maio 68, foi a vitória pela e da "mixitée" [mistura]. Se vieres dar um passeio a França, verás que inúmeras escolas continuam a ter lá no frontão "Ecole de filles" / "Ecole de garçons". [Escola de raparigas / Escola de rapazes]
Para mim, a maior conquista de Maio foi o direito à "mixitée". E não deixa de ser curioso que a direita actual Francesa, encabeçada por Sarkozy, comece a pôr em causa esta conquista. Querem pôr fim à "mixitée" !
Tomei conhecimento da geração rasca com a 1ª pag do diário "Público" da altura.
A foto que mostra o menino a mostrar o sexo releva um mal estar. Acho que foi por isso que se baptizou rasca. Por causa da amostragem do sexo.
[A "geração rasca" de estudantes em 93, Lisboa]
Eu acho que o 25 de Abril deu tudo à nova geração, exceptuando a liberdade sexual. Em Portugal, a sexualidade continua a ser assunto tabú. Daí talvez essa revolta que me pareceu mais sexual que política propriamente dito. Mas o campo sexual também é político.
O 25 de Abril foi feito por mulheres. Foram elas quem ocuparam as ruas e praças para reclamar o regresso dos filhos, maridos...do ultramar. Foi uma mulher quem realizou, quer se goste ou não, "Capitães de Abril". O nº de divórcios dá o berro (antes era proibido) logo após o 25 de Abril !
Depois a chapa voltou."
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