Quarta-feira, 24 de Junho de 2009

sHUTDOWN

E foi o que houve para dizer.  O blogue gERAÇÃO desliga-se por aqui. A quem me leu, a quem comentou, a quem com isto se riu, ou se chateou, a quem gostava que este espaço continua-se mas que parou, um obrigado e abraço especial. Termina por agora um ciclo, mas,  "vemo-nos sempre por aí".

Geração Rasca, sim! Com muito gosto.

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Post Scriptum, à 5.08.2009: A pedido de muitas e fieis famílias, e após longas horas de oração, conta-se que o Mister ressuscitou,por aqui.



Paulo Jerónimo às 11:30
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Terça-feira, 16 de Dezembro de 2008

pORTUGAL a uM pASSO dE xUTOS & pONTAPÉS

O tema podia dilatar em entrar na onda de assunto que é o que se está a passar na Grécia, mas não vou por aí.

 

Cheguei já tarde ontem a casa. Num gesto trivial, lá acendi a Tv a procura de alguma companhia para aqueles instantes finais, enquanto o sono vem e não vem, ao que me dei com a Fátima Campos Ferreira no ecrã, o que me situou no tempo, "estamos no serão de segunda feira", pensei eu, como se ver a figura da apresentadora do Prós e Contras do canal 1 ou olhar para um calendário de parede fosse a mesma coisa. Discutia-se "O que vem aí?" e na altura tinha a palavra um jovem bem falante o que facilmente me prendeu a atenção.

Defendia ele que a competição tem limite e tem/está a ser vencida pela cooperação. Que a cidadania está-se a impor a politica, e que a sociedade (e sim, falava da nossa, a Portuguesa) já não está disposta a ser ouvida apenas de quatro em quatro anos, e expressa-se de formas diferentes no quotidiano dos tempos que correm.

 

E eu estava para alí a digerir aquilo e a pensar com os meus botões como cada vez mais a juventude dos "rabos à mostra" corresponde, à uma crescente só voz, na sua forma de entender o mundo que os rodeia. Como cada vez mais encontro posições e ideais convergentes no que deve ser a bóia de salvação para o pântano em que nos enfiaram. E no meio desses ideais, uma das palavras mais em voga - cidadania - começa a fazer sentido na cabeça de muita gente, a quem a palavra "política" cada vez mais repugna. 

Vencido pelo sono e cansaço, não sei para onde caminhou o resto do programa, mas a julgar por algumas caras da velha guarda que pairavam pelo painel de convidados, imagino que nem todo o debate me prenderia assim tanto.

 

Antes de adormecer porém, e com aquilo na ideia, ainda tive tempo de recordar outro contemporâneo da Geração "rabos à mostra" que interveio no fórum da TSF nessa mesma manhã a propósito da eventualidade de mais um (!?) novo partido à esquerda. E dizia ele " a mim, o 25 de Abril, não me diz nada. Pode significar muito para os meus pais, os meu avós que o conquistaram, mas a mim, que já nasci em liberdade, não me diz nada! "  Ouvir isto assim de forma isolada pode parecer, a muita gente, uma das maiores ingratidões perante quem nos proporcionou essa tal liberdade, para outros, os tais que já nasceram em liberdade, e fácil de compreender a mensagem nas entrelinhas dessas palavras.

Trata-se de um "Okay, o 25 de Abril. Muito Obrigado! Agora vejam bem a merda que andam a fazer, e na qual nos estão a meter, a soldo dessa madrugada de Abril, que libertou uma geração, e cuja permissividade está a entalar outra".

 

Repetindo-me, Portugal precisa de sangue novo, Portugal pede sangue novo. E isto não significa necessariamente entregar os comandos a indivíduos ainda "mal barbados". Significa uma mudança de atitude, e que a Geração de Abril, meus amigos, essa já era...

 

Custará assim tanto perceber que Portugal já não vai em cantigas de Zeca Afonso e faz coro ao ritmo de Xutos & Pontapés?

 

 

Links com o programa : 1ª parte | 2ª parte | 3ª parte

 


Paulo Jerónimo às 08:59
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Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008

cRÓNICAS dA gERAÇÃO (II) - pOR pRONUNCIA dO nORTE

 

Dando sequência a esta rubrica, apresenta-se a segunda  cRÓNICA dA gERAÇÃO à convite, pela mão da bloguer do Pronúncia do Norte

Identificando-se a convidada, temporalmente, com a geração anterior a nossa,  é com redobrada atenção que me debruço sobre a leitura da sua reflexão e do que nos tem em sua opinião a dizer. 

Um olhar de fora por alguém a quem lhe vou reconhecendo nos escritos ,  reflexão, lucidez, boa disposição "qb", sem deixar de criticar,  no meu entender de uma forma construtiva, o  que encontra  neste nosso Portugal contemporâneo .

 

Já pela fase da sua conclusão nesta crónica que me deu o prazer de aceder em connosco partilhar, eis uma das deixas que pessoalmente mais acabo por reter:

"sinto que a Geração Rasca está entalada entre duas gerações completamente distintas, a “Geração Yuppie” e a “Geração Sem Esperança”, cabe à GR fazer a ponte, ajudar o melhor lado, indignando-se contra o estado da nação e do mundo, mas ainda capaz de ajudar a fazer um país e um mundo um bocadinho melhores!"

 

________

Tem a palavra, a Pronúncia do Norte.

 

 

 

 

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É com muita honra que aceito o amável convite do Paulo César do blogue “gERAÇÃO rASCA”, para escrever um texto em que o tema é precisamente “Geração Rasca”.

 

Então cá vai.

 

Em primeiro lugar quero deixar bem claro que eu não faço propriamente parte da GR (Geração Rasca), embora considere que tenho alguma coisa a ver com ela e compreenda os seus protestos, sonhos e desilusões. Não que os tenha sofrido na “pele”, que não sofri, antes pelo contrário, até hoje, considero-me uma pessoa privilegiada. Tenho conseguido realizar alguns dos meus sonhos, e trabalho na minha área de formação. Tudo me dá gozo, até o trabalho, como alguém disse: “Não faço aquilo que gosto, mas gosto daquilo que faço!” - só isto para mim é um enorme privilégio.

 

O que é que eu tenho a dizer sobre a GR?

Começou a ser assim apelidada, após as MANIF's, onde a GR contestava o valor das propinas para o Ensino Superior, instituídas na altura pelo Governo, estávamos em meados da década de 1990. Ficaram famosas as fotografias em que os manifestantes mostravam o rabinho, em sinal de protesto, com toda a carga do que isso queria dizer. A coisa não foi pacífica, antes pelo contrário, manifestações houve em que a Polícia de Choque interviu.

 

Que é feito hoje desses acesos estudantes, que gritaram e mostraram a sua indignação ao País?

Eu diria que a uma grande maioria, pagou as Propinas, acabou os respectivos cursos, começaram a trabalhar, constituíram famílias, endividaram-se para comprar casa e hoje é uma luta diária para conseguirem viver condignamente.

Sim porque, como o Paulo César já afirmou em vários textos, para além de “Geração Rasca” esta também podia ser apelidada de “Geração à Rasca”, “Geração Recibo Verde” ou “Geração 500,00€ mensais”. Como se pode ver pelos nomes não é fácil viver assim, cada dia é uma luta, sem fazer grandes planos para o futuro, mas agarrando bem o que se tem, porque é preciso pagar as contas no fim do mês. Compreendo que não haja tempo, nem paciência para a contestação. A vida obrigou a GR a acomodar-se, a calar-se e a ir tentando viver, o melhor que pode. No princípio lá foram aceitando os trabalhos que não tinham nada a ver com eles, nem com a sua formação, mas sempre era um trabalho, sempre com a esperança de que as coisas melhorassem e, quem sabe, um dia podiam ter empregos mais de acordo com o que estudaram e melhor remunerados. Mas o País pregou-lhes uma partida de muito mau gosto.

 

Desde os anos 90 que todos sentimos na pele e na carteira as politicas desastrosas impostas quer pelos nossos consecutivos (des)governos, quer pela Comunidade Europeia, e principalmente pelos grandes interesses económicos que começaram a surgir desenfreadamente nos anos 80 (quem não se lembra dos Yuppies), foram crescendo qual Polvo Gigante, estendendo os seus tentáculos a tudo e todos, aumentando a sua riqueza, para alimentarem a sua vaidade pessoal e dos da sua laia, sem olhar a meios nem a fins, hipotecando o inclusivamente o futuro. Os resultados estão à vista. E mais uma vez quem vai pagar a factura somos nós e as gerações vindouras. Onde está o desenvolvimento sustentado que eles tanto apregoam?

 

 

Mas tudo o que estamos a viver já há muito que se anunciava, só não via quem não queria ver. Os sinais estiveram sempre cá todos. 

Os Políticos foram abandonando as suas ideologias – hoje as ideologias políticas (se é que lhes podemos chamar ideologias) fundem-se umas nas outras, já não há direita nem esquerda, há uma amálgama de carreiristas políticos, que nasceram nas respectivas jotas, nunca estudaram (ou mal) nem nunca trabalharam, são só e apenas Políticos de profissão, que se governam mas nos desgovernam a nós e tiraram até a esperança numa vida digna aos mais novos, aqueles que começaram a trabalhar, ou tentar trabalhar, nos anos mais recentes. E quem lhes paga a Boa Vida? Oficialmente nós, com os nossos impostos, oficiosamente o Polvo para quem eles realmente governam, com os Sacos Azuis que por aí proliferam, mas que são tão difíceis de encontrar.

 

No Ensino é o que se vê, não se aprende nada, está em crise e em experimentação à mais de 20anos. 

 Os resultados estão à vista. Cada vez mais os alunos saem das nossas escolas e universidades mal preparados, com a sensação que o mundo de trabalho vais ser a mesma “balda” que foram os anos de estudo, onde não aprenderam o essencial, o ensino ensinou-lhes o facilitismo (não tens que estudar para passar), no mundo real o facilitismo pura e simplesmente não existe. Mas apesar disso é com agrado que vejo e conheço muita malta jovem com vontade de trabalhar, aprender e “ir à luta” contra tudo e contra todos.

 

A Justiça é uma anedota, nem vale a pena falar, os exemplos de (in)justiça entram-nos pela casa dentro todos os dias, é só ligar a televisão.

 

A Saúde está doente.

 

A informação é (des)informação, ao serviço do governo, dos interesses económicos, (des)informam sobre tudo menos aquilo que interessa – a Verdade. Só interessa o mediatismo, o show off, o sensacionalismo, a desgraça alheia, enfim, uma VERGONHA. Infelizmente só uma minoria de portugueses que se pode dar ao luxo de se informar correctamente, analisar, pensar e tirar as próprias conclusões.

 

O Povo tem, e sempre teve memória curta, ainda acredita em promessas, quer é festa, revistas cor de rosa, reality shows. Mas queixa-se sempre, vota sempre nos mesmos e fica sempre à espera que alguém lhes venha resolver os problemas, porque Ele não é capaz.

 

O Individualismo impera, cada um de nós só olha para o próprio umbigo e desde que eu resolva a minha vidinha os outros que se amanhem.

 

Eu também me queixo, mas apesar de tudo sou uma optimista, continuo a pensar que tudo tem solução, é com os erros que se aprende, não se pode é cometer sempre os mesmos, há que corrigi-los, ir em frente, sempre conscientes que havemos de fazer outros erros, mas é assim que se aprende e é assim que se avança.

 

Penso que quem realmente pode dizer bem alto “Basta” é a nova geração que está aí a surgir. Infelizmente, mal já eles estão (sem culpa nenhuma). Já não têm mais nada a perder. A nós compete-nos apoia-los, que mais não seja com o nosso “desenrasque”, afinal foi em “Desenrascanço” (no bom sentido) que nós nos especializamos.

 

Temo que este texto, para além de longo, se tenha afastado um pouco (para não dizer bastante) do tema inicial, mas sinto que a Geração Rasca está entalada entre duas gerações completamente distintas, a “Geração Yuppie” e a “Geração Sem Esperança”, cabe à GR fazer a ponte, ajudar o melhor lado, indignando-se contra o estado da nação e do mundo, mas ainda capaz de ajudar a fazer um país e um mundo um bocadinho melhores!

Os anos da Geração Rasca foram sem dúvida “Os ANOS”, aqueles que relembro com saudade e nostalgia, onde conheci aqueles que hoje mais do que Amigos já são a Família que escolhi (apesar de adorar a que me calhou em sorte), onde despertei para a Vida e para o Mundo - sempre ao som das bandas dos anos 80, claro!

 

Foram anos bons, mas como diz a canção “Contentores” dos Xutos & Pontapés (mais uma referência desses anos):

 

 

“É a escolha que se faz

O passado foi lá atrás!

E nasce de novo o dia

Nesta nave de Noé

Um pouco de Fé! Um pouco de Fé!

 

 

Bem hajam

 


Paulo Jerónimo às 13:35
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

O oBAMA nÃO sABIA, mAS "yES wE cAN" é uMA eXPRESSÃO tIPICAMENTE à rASCA

Ontem foi uma enorme satisfação, não só perceber que a amizade abnegada continua a proliferar por muito lado entre pares, o que me deixou extremamente satisfeito pelo meu amigo convidado a abrir a rubrica cRÓNICAS dA gERAÇÃO, mas muito em particular também, por ter tido a percepção entre os abundantes  comentários  dedicados ao Pedro, do estado de "alerta"  ou reconhecimento de tantos , relativamente as capacidades desta nossa geração!

Várias vezes tenho assumido a minha tristeza em ver os meus pares partirem, sem outra opção viável, provavelmente um pouco a contragosto, quando poderiam estar a trabalhar pelo seu país, pela sua sociedade, assim os deixa-sem. Estou convicto e dava conta disso por exemplo aqui, que a decisão de muitos  dos que acabam por virar costas, está provavelmente também relacionada com o estado de coisas, de gestão, do não sairmos da cepa torta,da hipocrisia descarada praticada pela politiquice, do chico-espertismo do qual os engravatados são os melhores experts em executalo à seu próprio benefício, e por estes  da nova sociedade adulta, verem que uma vez desligados do "cordão umbilical paterno", é um salve-se quem puder, desen[rASCA]-te, como poderes.

Da crónica do Pedro Oliveira ontem, do que mais retive, e digo - subscrevo cada letra, ponto, ou virgula - foram  os seus dois últimos parágrafos:

"No fim desta reflexão toda, decidi que esta geração tem uma marca de água que a diferencia das outras todas, a necessidade e capacidade de adaptação, de querer inovar, de querer ser melhor, de não se resignar e, principalmente, de ser uma geração AMIGA do seu AMIGO. Os valores eram outros. Para terminar, digo que tenho orgulho em pertencer a uma geração que à rasca é o futuro do meu País e que quer ser "A" geração, e não apenas mais uma."


E é por isto tudo e mais qualquer coisa que ficam para outras núpcias, pois o texto já vai com caracteres a mais do que os previstos inicialmente,  que ontem fui um pouco mais satisfeito para casa.

Porque continuo a estar em crer que Portugal encontra-se  numa transição para um  2º Ciclo de democracia. Será?

Os comentários quer de ontem como outros mais antigos, a maneira de pensar  e as capacidades das massas activas trabalhadoras (ou infelizmente as que aguardam de o virem a ser - trabalhadoras), as características de quem um dia à rASCA, hoje tem muito a dizer, criam-me este feeling. De que sim. O "Yes we can" é muito mais que uma expressão Americana, já era maneira de estar nossa de a muito tempo, a diferença é que hoje já não somos os "meninos de coro" que exibiam o cu assim, «ao Deus dará».

A velha guarda, os velhos do Restelo, os dos "discos riscados" com discursos  estéreis sindicais em defesa de lobbies, os dinossauros no poder, etc... irão perdendo a sua margem de manobra, seja na capital, seja nos concelhos, seja nas repartições públicas, ou no clube da terra. Portugal pede sangue novo. Portugal TEM sangue novo! e as vezes parece-me que isso preocupa muita gente, desde as mais remotas aldeias do nosso país, passando pelas vilas "mais ou menos fortes" chegando a capital executiva. Posso até ser eu que tenho uma visão muito romântica da vida, não sei. O tempo mo dirá.


Paulo Jerónimo às 09:16
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008

cRÓNICAS dA gERAÇÃO (I) - pOR pEDRO oLIVEIRA

Abro aqui uma nova rubrica para o blogue gERAÇÃO.

Para além do que têm sido minhas opiniões sobre o assunto, já era costume aqui ou alí publicar alguns textos que vou encontrando pela blogosfera ou mesmo pela imprensa sobre a temática Geração Rasca, a sua cidadania, quotidiano, marcas, ou sentimentos, intervenção politica ou social. Não fosse esse o tema por aqui sempre em epígrafe.

De algum tempo para cá ponderava passar a convidar algumas pessoas, pensadores por natureza, amigos da meditação e reflexão destes assuntos de cidadania, pelo que comecei por lançar o convite ao meu caríssimo amigo Pedro, o qual me deu o gosto de prontamente aceitar. Fica então a pessoa e a sua reflexão por esta nossa Geração.

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Pedro Rosa de Oliveira, Engenheiro Mecânico de formação e Administrador de uma PME na Marinha Grande.
Tem o seu percurso escolar até ao 12º ano feito no Concelho de Porto de Mós e a formação Superior passa pelo ISEC em Coimbra. Casado com uma tricana [denominação dada a mulher de Coimbra] pai de dois filhos, apaixonado pela Associação Académica de Coimbra, da qual é sócio activo e interveniente. Diz adorar ler, cinema, música e muito, mas mesmo muito de viajar, não fazendo a coisa por menos de duas três vezes ao ano.

Pala além disso, não dispensa  umas boas tertúlias à volta de uma mesa bem composta de amigos e de iguarias. Com a blogosfera, descobre o gosto pela escrita. Tem agora a palavra, Pedro Oliveira.

 

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É uma honra e um privilégio ser convidado, pelo meu amigo Paulo César para iniciar a sua rubrica de convidados no "Geração Rasca".
Foi-me pedido para falar da nossa geração, dos primeiros netos do 25 de Abril, dos filhos dos emigrantes, dos pioneiros em várias inovações que tiveram o seu lugar nos últimos 20 anos do século XX.
Pensei, pois,  em escrever sobre os nossos brinquedos, da playmobil, à lego, sem esquecer o famoso cubo mágico e os tradicionais pião, fisgas e bola, que ainda hoje faz parte das brincadeiras dos meninos. Para os mais abonados, a palavra Spectrum, tem um significado especial, ou não fosse o primeiro computador, qual Magalhães!  Para quem não tinha possibilidades de jogar com o célebre Spectrum, sobrava o jogo da porrada na rua, quando se zangavam os meninos. Sempre servia para marcar pontos à falta de melhor divertimento, enfim, miúdos dos anos 70!

 

Pensei em escrever nas várias dificuldades por que vi os meus pais passarem, primeira geração em que os dois membros do casal trabalham fora de casa, em simultâneo. A muito custo, conseguiram sustentar 3 filhos, sendo que 2 frequentaram o ensino superior apenas com um ano de diferença. Nesta altura, a agricultura, como actividade extra, funcionou como fonte de rendimento e de aprendizagem, pois os filhos foram voluntários à força para ajudar nas lides da terra, permitindo, assim, valorizar o esforço e reconhecer a capacidade de sacrifício dos pais, para assegurar o futuro dos seus. Também me ocorreu abordar o tema quente das propinas , das associações de estudantes nas juventudes partidárias e nos momentos irreverentes que foram as grandes manifestações dos anos 90, em que tivemos os nossos momentos de glória na TV, mas que não resultaram em nada, a não ser o título de "Geração Rasca".

 

Ainda estive tentado a dissertar sobre o que representa ser pai hoje em dia, uma vez que somos a primeira geração que os filhos tratam por tu, já que, pelo menos na província, era regra dar como tratamento aos próprios pais, você.

Confesso que considerei a hipótese de passar em revista a evolução tecnológica, dos PC's 3.86 aos actuais, de capacidade ilimitada de velocidade e memória, aos telemóveis e ecrãs de LCD. A internet, de banda larga, o GPS e claro, a televisão de alta definição.

Em oposição, relembro os episódios dos Cinco, do Tom Sayer, das fantásticas e inesquecíveis "Les Marveillouses Cités d'Our", onde a nave Condor tinha lugar de destaque. Quem não se lembra do popular concurso televisivo 123, dos Jogos sem Fronteiras, apresentados por Eládio Clímaco, da espectacular série Mcgayver, do fantástico Michael Night e o seu Kit, do A-team,  missão impossível, entre muitas outras.
Enfim séries de outros tempos! Depois disto tudo, ainda sobrou espaço para falar nas discotecas, porque para quem já não se recorde, sim, somos da geração dos primórdios destas casas de música, enquanto os nossos pais se deslumbravam com a "lareira" e uma "batota" em casa deste ou daquele, nós tínhamos a Kiay, a via sacra, a Sunset, O Moinho, O Dom Papagaio, a Greenhill e porque não, umas idas a Lisboa mais ousadas...
Não, tenho é de falar da música dos Pink floyd, U2, Queen, Madona, Tina Turner, Dire Straites, REM, Trovante, Xutos, Táxi, António Variações, UHF, Iron Maidem, Deepurple, James, Sétima Legião, Scorpions, Duranduran, Genesis, Police, Wham, Simon & Garfunkle, Gun n'Roses, Metalica ... e por aí fora.

 


No fim desta reflexão toda, decidi que esta geração tem uma marca de água que a diferencia das outras todas, a necessidade e capacidade de adaptação, de querer inovar, de querer ser melhor, de não se resignar e, principalmente, de ser uma geração AMIGA do seu AMIGO. Os valores eram outros.
Para terminar, digo que tenho orgulho em pertencer a uma geração que à rasca é o futuro do meu País e que quer ser "A" geração, e não apenas mais uma.


Um abraço.
Pedro Oliveira.


Paulo Jerónimo às 00:01
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Sexta-feira, 7 de Novembro de 2008

vENHO sÓ pICAR o PONTO...

...e prontos, desejar-vos sobretudo, um grande fim de semana!

 

PS: é que este novo projecto tem-me levado boa parte dos meus recursos bloguianos. Mas prontos, é por uma boa causa né? Quando voltar quero encontrar tudo no sitio, uhmmm! Juizinho que o Mister anda aí...

 

:::: e as tropelias com fame? ...

Paulo Jerónimo às 14:22
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